Iniciativas em Santa Catarina mostram como os impostos elevam os preços e sufocam consumidores e empreendedores 26193j

Da Redação

A carga tributária brasileira voltou ao centro do debate nesta quinta-feira (29), com ações simultâneas em Criciúma e Orleans que escancararam o impacto dos impostos sobre os preços pagos diariamente pelos consumidores. Em ambas as cidades, empresários e entidades ligadas ao comércio se uniram para alertar a população sobre o peso dos tributos e cobrar maior conscientização sobre o uso desses recursos.

Em Criciúma, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) promoveu o Dia Livre de Impostos (DLI), iniciativa nacional organizada pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pela CDL Jovem. Lojistas participantes venderam produtos e serviços sem rear ao consumidor os tributos normalmente embutidos nos preços. Em muitos casos, a diferença representa cerca de 33% do valor final — e pode ultraar 70% em certos setores.

“O Dia Livre de Impostos é uma oportunidade para mostrar ao consumidor, de forma clara e transparente, quanto os impostos influenciam no preço dos produtos. É um gesto do comércio consciente que respeita o consumidor”, afirmou Gabriel Pescador, coordenador da CDL Jovem Criciúma.

Um dos participantes da campanha é o empresário Leonardo Spilere Benedet, do Posto São Pedro. Para ele, a ação ajuda a estreitar a relação entre lojistas e clientes, ao mostrar que o alto custo final não é resultado de abuso comercial, mas sim de uma política tributária excessiva. “A verdadeira luta econômica do brasileiro hoje é compartilhada por clientes e lojistas, que enfrentam juntos as altas cargas tributárias, em busca de mais poder de consumo para a população”, declarou.

Santa Catarina lidera a mobilização nacional deste ano, com mais de 770 empresas cadastradas — número que supera com folga o registrado em 2024.

Enquanto isso, em Orleans, o Núcleo de Jovens Empreendedores da Associação Empresarial local (Acio) organiza o tradicional Feirão do Imposto, que terá seu ponto alto neste sábado (31). Entre as ações, estão a venda de 150 litros de gasolina (limitado a 5 por pessoa) no Auto Posto Central e 50 litros de chope na Praça Celso Ramos, tudo sem a incidência de tributos. A intenção é evidenciar na prática o quanto o consumidor paga a mais devido aos impostos.

Antes do Dia D, nesta quinta-feira (29), os jovens empreendedores também visitaram a Escola de Educação Básica Toneza Cascaes para falar sobre a função dos tributos e suas consequências no dia a dia dos cidadãos. A proposta é despertar o senso crítico entre os estudantes desde cedo.

O Núcleo também aproveitou para reforçar o apoio ao Projeto de Lei Complementar nº 261/2023, que propõe a atualização anual dos limites de faturamento do MEI, microempresas e empresas de pequeno porte, conforme a inflação. A medida busca tornar mais justo o sistema e proteger o pequeno empreendedor.

“O Feirão do Imposto não é só um protesto contra a alta carga tributária, mas um movimento de educação e mobilização. Quando mostramos para a população como os tributos impactam nos preços e na vida das pessoas, cumprimos nosso papel de fomentar uma sociedade mais consciente e participativa”, afirmou Guilherme Silveira Barzan, coordenador do Núcleo Jovem da Acio.

As ações desta quinta-feira e do próximo sábado, ao retirarem temporariamente os tributos de cena, mostram de forma concreta aquilo que o consumidor já sente no bolso todos os dias: o Estado toma uma fatia significativa da renda nacional, com pouca transparência e escassa contrapartida.