Estudo realizado pela Unesc busca dados para melhorar políticas públicas em Criciúma 142f5e

Criciúma

Agentes comunitárias de saúde de Criciúma iniciam hoje (2) uma nova fase da pesquisa “Influência das condições de vida de gestantes sobre a saúde dos filhos”. O estudo, conduzido pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol) da Unesc, em parceria com o Município, analisa os efeitos das condições de vida, hábitos e comportamentos maternos durante a gestação no desenvolvimento infantil. A coleta de dados ocorre por meio de visitas domiciliares a 428 mulheres entrevistadas inicialmente entre abril e dezembro de 2022.

A pesquisa é coordenada pela professora Fernanda de Oliveira Meller, ao lado dos pesquisadores Antônio Augusto Schäfer, Isabel Oliveira Bierhals e Vanessa Iribarrem Avena Miranda. Segundo eles, o objetivo é compreender como fatores como alimentação, níveis de estresse, consumo de álcool e cigarro, e práticas culturais influenciam a saúde das crianças, que hoje têm entre dois e três anos. Os resultados subsidiarão políticas públicas voltadas à saúde materno-infantil e ao cuidado primário oferecido nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

De acordo com a reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, a pesquisa reflete o compromisso da Universidade com a ciência e o bem-estar social. “A dedicação dos agentes comunitárias de saúde e dos pesquisadores envolvidos é fundamental para coletar dados precisos e promover ações concretas”, afirmou. Para Gisele Coelho Lopes, pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação, Extensão e Inovação da Unesc, as informações obtidas terão um papel essencial na reestruturação das políticas públicas. “Além de subsidiar novos projetos, esses dados reforçarão iniciativas já em andamento”, destacou.

O estudo também conta com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde e das agentes comunitárias de saúde, que possuem vínculo prévio com as participantes. “A coleta de dados será realizada por agentes que já têm uma relação próxima com essas mulheres, facilitando o processo”, explicou Vanessa. Além disso, os pesquisadores avaliarão aspectos como nutrição, atividade física, saúde mental e cuidados com os filhos.

Os benefícios do estudo vão além das participantes. “Essa nova fase traz benefícios não apenas para as mães e seus filhos, mas também para o aprimoramento das políticas de saúde do Município”, ressaltou Isabel. Fernanda complementou: “Com esses dados, podemos contribuir para a formulação de políticas públicas mais eficazes e para a melhoria da assistência oferecida às mães e seus filhos na Atenção Primária à Saúde”.

Para garantir o sucesso da pesquisa, as agentes comunitárias de saúde aram por treinamento conduzido pelos pesquisadores. Daniela Teixeira de Oliveira, agente no bairro Santa Luzia, enfatizou a importância do contato direto com as participantes. “Foi muito enriquecedor ouvir os relatos das mães em 2022. Agora, esperamos que elas aceitem responder ao questionário novamente. Esta pesquisa é feita por elas e para elas”, comentou. Michelle Gonçalves, agente no bairro Renascer, acrescentou: “Espero contribuir para melhorias no acompanhamento da gestação, do puerpério e da puericultura, aplicando esses dados nas UBS”.

Os resultados da primeira fase da pesquisa foram compilados no livro “Saúde das Gestantes de Criciúma”, publicado pela Editora Unesc. Disponível em versões impressa e digital, a obra serve como referência para profissionais da área da saúde e pesquisadores interessados no tema. O estudo atual amplia a análise inicial, buscando entender os impactos a longo prazo das condições de vida e da saúde mental das gestantes no desenvolvimento infantil.

Com essa nova etapa, espera-se que os dados coletados forneçam subsídios para aprimorar as práticas de cuidado materno-infantil e promover mudanças significativas na qualidade de vida das famílias atendidas pelas UBS de Criciúma.