Produtividade acima da média histórica e condições climáticas favoráveis impulsionam colheita recorde 4083s
Da Redação
Santa Catarina deve registrar uma safra recorde de milho em 2025, com produção estimada entre 2,3 milhões e 2,4 milhões de toneladas, superando as projeções iniciais da Epagri. Apesar da redução de 11,3% na área cultivada, a produtividade média aumentou significativamente, impulsionada por condições climáticas favoráveis. Os dados são do Giro da Safra, levantamento realizado pela Epagri em parceria com o Sicoob Central SC/RS, que avaliou 65 propriedades em 12 municípios do Oeste catarinense.
A produção média em alguns municípios ultraou 200 sacas por hectare, com destaque para Faxinal dos Guedes, onde uma área atingiu 270 sacas por hectare. O levantamento ainda está em andamento em cidades como Campo Erê e Abelardo Luz, onde as lavouras ainda não atingiram a maturação completa.
“Os números preliminares indicam uma safra possivelmente recorde, com produtividade muito acima da média histórica. Por consequência, devemos revisar os números para cima, tanto em produtividade quanto em produção total”, afirmou Haroldo Tavares Elias, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa. Ele destacou que as chuvas bem distribuídas ao longo do ciclo foram decisivas para o bom desempenho, após desafios iniciais como geadas e temperaturas baixas em agosto de 2024.
Os custos elevados de produção, o risco de ataques da cigarrinha e os preços baixos no início da safra impactaram o planejamento dos produtores. No entanto, o aumento na produtividade média compensou a redução na área plantada. Em relação ao mercado, os preços pagos aos produtores em 2024 foram superiores apenas aos de 2019 e 2023, mas a valorização no fim do ano sugere uma recuperação em 2025.
O Sicoob, parceiro do projeto, destacou a importância do levantamento para o setor. “Estamos olhando diretamente para as comunidades e para o produtor rural, que enfrenta constantes desafios. Este levantamento nos aproxima ainda mais dessa realidade, pois as informações precisas nos ajudam na concessão de crédito e na melhoria de produtos como seguros rurais e financiamentos de forma mais assertiva”, afirmou Rodinei Munaretto, gerente de Agronegócios do Sicoob Central SC/RS.
O presidente da Epagri, Dirceu Leite, ressaltou a relevância da parceria entre as instituições. “O produtor precisa de dados precisos e no momento certo. Quanto mais cedo essas informações chegarem, melhor ele poderá se planejar. A pesquisa de campo realizada com visitas a diversas propriedades e análises detalhadas contribui para aprimorar as estimativas de produção e produtividade”, explicou.
A metodologia do Giro da Safra incluiu o sorteio de propriedades e visitas sistemáticas para monitoramento das lavouras até a pré-colheita. A coleta de dados contou com a participação de pesquisadores da Epagri, cooperativas como Cooperitaipu, Cooperalfa e Cooper A1, e estudantes de Agronomia da Unoesc.
Os resultados do levantamento foram apresentados em um evento, onde os produtores receberam análises detalhadas sobre problemas identificados e orientações para melhorias, como ajustes na plantabilidade e outras práticas agrícolas. Os indicadores técnicos coletados serão compartilhados com cada participante, visando aprimorar o manejo e aumentar a produtividade.
