Corpo de Bombeiros orienta sobre prevenção e cuidados em caso de contato com os animais marinhos 28394c

Da Redação

O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) registrou 2.846 ocorrências envolvendo queimaduras por águas-vivas nas praias do estado entre os dias 21 e 27 de janeiro de 2025. O número, embora elevado, representa uma redução em comparação com semanas anteriores. O 4º Batalhão de Bombeiros Militar (4º BBM), responsável por praias como Balneário Rincão, Balneário Gaivota e o de Torres, liderou o ranking com 1.603 casos. Em seguida, aparecem o 10º BBM (Palhoça e Governador Celso Ramos), com 517 ocorrências, e o 1º BBM (Florianópolis), com 380. 

Além dos incidentes com águas-vivas, o CBMSC contabilizou 136 salvamentos por afogamento, 322 crianças perdidas e encontradas, e 512 crianças formadas no Programa Golfinho. Foram realizadas ainda 989 mil ações preventivas por guarda-vidas durante o período. 

Segundo o professor Charrid Resgalla Jr., da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), a incidência de águas-vivas em Santa Catarina está abaixo da média histórica. Ele explica que a espécie mais comum no estado é a água-viva Reho (Olindias sambaquiensis), quase invisível na água e responsável pela maioria dos casos. Já a Caravela Portuguesa (Physalia physalis), menos frequente, possui um veneno mais potente e pode causar reações graves, como náuseas e vômitos. 

O professor destacou que a corrente marítima e os ventos são os principais fatores que influenciam a presença desses animais nas praias. “O vento sul traz a água-viva Reho, enquanto a Caravela Portuguesa é transportada pelo vento leste, vindo do nordeste do país”, explicou. O litoral sul catarinense, menos recortado e mais exposto aos ventos, registra maior número de ocorrências. 

Prevenção e sinalização

Para evitar acidentes, o CBMSC recomenda que os banhistas consultem o aplicativo CBMSC Cidadão, que indica as praias com bandeira lilás, sinalizando a presença de águas-vivas. Além disso, é importante evitar áreas com animais mortos na areia e permanecer próximo a postos de guarda-vidas. 

O registro de ocorrências é feito pelos guarda-vidas a cada atendimento, e as praias com incidência de águas-vivas são sinalizadas com bandeiras lilás para alertar os banhistas. “A prevenção é a melhor forma de evitar acidentes. Seguir as orientações e respeitar a sinalização são medidas essenciais”, reforçou o CBMSC. 

Com a temporada de verão em pleno andamento, o Corpo de Bombeiros continua monitorando as praias e reforçando as ações de prevenção para garantir a segurança dos banhistas.

O que fazer em caso de queimadura?

O CBMSC orienta os banhistas a seguir medidas específicas em caso de contato com águas-vivas: 

  • 1. Sair imediatamente da água ao sentir ardência ou avistar o animal; 
  • 2. Procurar o posto de guarda-vidas mais próximo; 
  • 3. Lavar o local apenas com água salgada; 
  • 4. Não usar água doce, urina ou outros líquidos, que podem agravar a lesão; 
  • 5. Aplicar vinagre, que é cientificamente comprovado para aliviar os sintomas; 
  • 6. Em casos graves, buscar atendimento médico.