Mais um capítulo negativo do programa Mais Médicos começou a ser escrito em Içara. Após a saída dos nove cubanos no fim do ano ado, novos profissionais assumiram os trabalhos. Mas nos últimos dias, houve a desistência de cinco médicos, fazendo com que o Governo de Içara se preocupe com os atendimentos em saúde e a questão financeira do município. b5q3u
Com 14 profissionais no auge do programa, Içara era o município da Região Carbonífera com o maior número de médicos contratados pela modalidade, que prevê o custeio da maior parte das despesas pela União. Agora com nove atuando nas unidades de saúde, ainda registra o maior contingente do Mais Médicos na região, mas vai precisar de alternativas para suprir a demanda deixada pelas desistências.
De acordo com a secretária de Saúde, Jaqueline dos Santos, as saídas farão com que o município tenha que contratar profissionais em caráter de emergência. “Os profissionais que atuavam foram aprovados em residência e os resultados saíram nos últimos dias, com isso, eles já estão se deslocando para seus novos postos de trabalho”, informa.
Com as saídas, caberá à secretaria reajustar profissionais que permanecem para fazer as consultas. “Estamos fazendo um estudo para que os atendimentos nas unidades não fiquem prejudicados”, completa a secretária.
Não há previsão por parte do Governo Federal em realizar um novo edital para a contratação de profissionais e, caso demore, o Governo Municipal terá prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão/ano para itir novos médicos.
“Essas saídas representam um rombo, que poderá se agravar. Além do prejuízo financeiro há também o prejuízo direto à saúde da população, que tem uma rotatividade de médicos no seu tratamento. É urgente a reposição desses médicos pelo Ministério da Saúde”, entende o prefeito de Içara, Murialdo Gastaldon.
Na próxima semana, o representante do Mais Médicos em Santa Catarina estará em Içara para conversar com a equipe de saúde sobre alternativas para as desistências. O encontro está marcado para acontecer na segunda-feira.
Dificuldades também em Balneário Rincão
Pelo programa do Governo Federal, Balneário Rincão também contava com dois profissionais. “Mas teve um médico, que atendia na unidade de Lagoa dos Freitas, que ou em um concurso e saiu do Mais Médicos.
O outro ficou. Já entramos em contato com o Ministério da Saúde, mas eles estimam em pelo menos dois meses para repor”, conta o vice-prefeito Luiz Laurindo, que até então respondia também pela Secretaria de Saúde – com a reforma no secretariado, haverá a troca no comando da pasta.
Ele diz que, enquanto isso, são realizados remanejamentos na equipe para manter os atendimentos à população, pois há dificuldades na contratação de profissionais. “O problema não é financeiro. A prefeitura teria como contratar, mas a dificuldade é o teto salarial, que se equipara ao do prefeito, cerca de R$ 10,8 mil brutos. É o menor salário (para médicos) da Amrec”, revela.
No rodízio entre as quatro unidades de saúde do município entrarão os atuais contratados. “Quando assumimos o governo, a rede municipal contava com 12 médicos contratados, entre especialistas e profissionais que atendiam nas unidades básicas. Hoje, temos 17 no geral, mas duas estão em gestação e outra está afastada por problemas de saúde. Isso gera um problema, agravado pela situação do Mais Médicos”, aponta Laurindo.